sábado, 6 de agosto de 2011

Agência rebaixa nota de crédito dos Estados Unidos


Standard and Poor's reduz qualificação de 'AAA' para 'AA+'. Esta foi a primeira vez que o país teve sua nota rebaixada


A agência de avaliação de risco financeiro Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira (05) a qualificação da dívida dos Estados Unidos pela primeira vez na história, ao passar de "AAA", a máxima possível, para o degrau abaixo "AA+". A agência atribuia ao país a classificação "AAA" desde 1941.
Foto: AFPAmpliar
Corretor da Bolsa de Nova York lamenta durante mais uma semana difícil para os mercados
A S&P rebaixou a nota de crédito dos EUA de longo prazo em um ponto devido às preocupações com o déficit orçamentário e o crescente endividamento do país. A medida pode elevar os custos de empréstimos, eventualmente, para o governo norte-americano, as empresas e os consumidores.
"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal acordado recentemente pelo Congresso e o governo não atende ao que, em nossa opinião, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo no médio prazo", afirmou a agência em comunicado.
Porém, a perspectiva da nova classificação é negativa, afirmou a S&P em comunicado, um sinal de que outro rebaixamento da nota é possível nos próximos 12 a 18 meses.
"Nós poderemos rebaixar o rating para AA nos próximos dois anos, se virmos que uma redução de déficit menor do que aquela acordada, taxas de juro mais altas ou novas pressões fiscais durante esse período resulte em uma trajetória geral para a dívida mais alta do que assumimos atualmente", afirmou a S&P.
A agência manteve inalterada em "AAA" a classificação de transferência e conversibilidade, que avalia a probabilidade de interferência governamental na capacidade de emissores norte-americanos dos setores público e privado de assegurarem moeda estrangeira para honrar o serviço de suas dívidas.
A decisão veio depois de uma batalha amarga no Congresso sobre o corte de gastos e o aumento de impostos para reduzir a dívida norte-americana e permitir que o limite de endividamento legal fosse elevado.
Em 2 de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, sancionou a lei designada a reduzir o déficit fiscal em 2,1 trilhões de dólares ao longo de 10 anos, bem abaixo do montante de 4 trilhões de dólares considerado pela S&P como uma boa "entrada" para arrumar as finanças do país.
O impasse político em Washington e o fracasso para lidar seriamente com os problemas fiscais a longo prazo vieram de encontro com a desaceleração do crescimento econômico do país e levaram à pior semana no mercado de ações norte-americano em dois anos.
 Os títulos do Tesouro dos EUA, uma vez vistos como o investimento mais seguro do mundo, estão classificados agora abaixo de títulos emitidos por países como Grã-Bretanha, Alemanha, França ou Canadá.
Mais cedo nesta semana, a agência de classificação de risco Moody's confirmou, por enquanto, a nota "Aaa" para os Estados Unidos. A Fitch Ratings, outra agência, afirmou que ainda está revendo sua nota e que divulgará uma decisão até o fim do mês.
 

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