domingo, 12 de junho de 2011

Namoro começou quando o sinal de trânsito fechou, diz casal da Bahia


Namorados que se conheceram no trânsito estão juntos há 12 anos.
Uma obrigação religiosa proporcionou a troca de olhares entre outro casal.

Lílian MarquesDo G1 BA

Casal está junto há 12 anos (Foto: Arquivo Pessoal)Casal que se conheceu no trânsito hoje tem uma filha, Giulia (Foto: Arquivo Pessoal)

O trânsito de uma das regiões mais movimentadas de Salvador foi o cenário do início da paquera entre a professora Edlamar Miranda, 35 anos, e o contador Irineu Júnior, 36. Parece uma história de ficção, mas aconteceu de verdade. Há 12 anos juntos, o casal conta em detalhes como tudo aconteceu. “Eu estava indo para uma festa com umas amigas e o carro que ele estava passou por nós. Eles começaram a buzinar e quando chegou no semáforo, o sinal fechou”, lembra a professora.
O pedido de um doce foi a deixa que Júnior precisava para começar a paquera. “Pedi uma bala que ela estava na mão. Ela jogou pela janela duas vezes e caiu no chão. Aí falei: ‘agora falta você jogar seu telefone. Ela anotou em um papel e jogou”, relata. Os dois estavam de carona com amigos e tudo isso aconteceu enquanto o sinal de trânsito estava fechado.
Irineu não perdeu tempo e ligou em seguida para Ed, como a amada é carinhosamente chamada. “Liguei para ela, mas o celular estava na caixa postal. Achei que ela havia dado o número errado, mas mesmo assim deixei uma mensagem de voz com o meu número”, conta. Edlamar lembra que o celular estava desligado, mas dois dias depois do encontro no trânsito ela ligou para Irineu.
Achei que ela havia dado o número errado, mas mesmo assim deixei uma mensagem de voz com o meu número"
lembra Irineu
O primeiro encontro marcado pelo casal foi na faculdade onde Ed estudava e depois desse dia nunca mais os dois se desgrudaram. Hoje, eles têm uma filha de 6 anos, chamada Giulia Vitória. Ela é fruto do relacionamento que muita gente apostou que não daria certo. “Algumas amigas achavam que a gente não tinha nada a ver. Gostamos de coisas totalmente diferentes... O que mais me chamou atenção foi o jeito dele, educado, engraçado, carinhoso, ele é o tempo todo alto astral”, ri.
“Quando a encontrei na faculdade, achei ela menor do que quando vi no carro. Estava empolgado pelas conversas no telefone e o gênio forte dela chamou muita atenção. Ela só pisava no chão porque não tinha jeito”, brinca Irineu. Ele ressalta a qualidade que mais admira na companheira: “Admiro muito a pessoa que ela é: amiga, verdadeira.”
Ainda hoje, quando o casal conta como se conheceu, muitas pessoas não acreditam e acham que é brincadeira. Para eles, uma brincadeira que deu certo e vale a pena até hoje. “Às vezes a gente tem mania de subestimar as pessoas, os encontros. Eu acho isso muito relativo. Contanto que não corra risco, vale a pena apostar”, finaliza Edlamar, que adiantou que o casal vai comemorar o Dia dos Namorados em um forró na capital baiana.

Com as bênçãos dos orixás
Mel e Adriano vão aproveitar o primeiro dia dos namorados (Foto: Arquivo Pessoal)Mel e Adriano comemoram o 1º Dia dos Namorados
juntos neste domingo (Foto: Arquivo Pessoal)
Para o casal Mel Meireles, 30 anos, e Adriano Azevedo, 31, o lugar onde se conheceram é sagrado e pelo respeito que eles têm à religião que seguem a paquera começou tímida. O lugar, um terreiro de candomblé no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador. A publicitária Mel participava de um ritual de limpeza espiritual quando percebeu a chegada do músico e artista plástico Adriano. “Estava lá eu toda concentrada, vestida de branco, quando ele entrou também todo de branco... Aí foi paixão a primeira vista, mas nossa historia só começou a ficar seria este ano.”

A paquera começou em 2008, mas como os dois estavam cumprindo uma obrigação religiosa, não se conheceram  melhor no dia do ritual. “Quando entrei que vi Mel toda de branco, com um torço na cabeça, parei! Olhei logo pra ela, mas fiquei com receio de perguntar quem era porque estávamos em uma obrigação. Mas foi encanto à primeira vista”, lembra Adriano.
Os dois ficaram um tempo sem se ver, tiveram relacionamentos sérios com outras pessoas e voltaram a se encontrar no que é definido por eles como “o momento certo”. “Demorou, mas aconteceu no momento certo. Estava escrito”, diz Adriano.
Ela tomou a iniciativa e disse algo como ‘estou te cantando, não quero que você desista’. Fiquei desarmado, não esperava".
conta Adriano
Esse momento foi o início de 2011. Depois de saber que Mel é prima do pai de santo do terreiro que foi cenário para o primeiro olhar trocado, o músico e artista plástico foi à luta. A publicitária foi à casa dele também para um ritual religioso e depois de feitas as obrigações, ele disse a Mel que poderiam conversar pela internet. “Tinha adicionado ela no Facebook e no Orkut”, diz Adriano.
Só depois de algumas conversas pela internet, o casal resolveu sair. “Saímos a primeira vez e não ficamos. Ele mandou um e-mail dizendo que sonhou comigo, achei meio estranho, achei que ele estava indo rápido demais e falei isso pra ele”, conta Mel. O músico ficou na defensiva e no encontro seguinte resolveu recuar um pouco. “Ela sentiu e tomou a iniciativa e disse algo como ‘estou te cantando, não quero que você desista’. Fiquei desarmado, não esperava. Um cara ser cantado por uma mulher como ela...”, lembra Adriano.
O namoro começou no dia seguinte e foi por telefone, revela a publicitária. “Estávamos nos falando e ele disse: ‘não quero só ficar com você, vamos namorar? E eu disse que sim.” Mel completa contando que a sintonia entre os dois é especial: “A gente gosta das mesmas coisas. De todos os relacionamentos que tive é o que tem mais sincronia... No Candomblé sou de Oxossi e ele de Ogum, os dois orixás são como se fossem irmãos na religião.”
Namorando desde março de 2011, o casal está cheio de planos para o futuro e pretende comemorar o primeiro Dia dos Namorados em uma das praias da Linha Verde de Salvador.
 

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