quarta-feira, 1 de junho de 2011


Diretora do Procon tira dúvidas sobre novas regras para uso do cartão de crédito

Preocupado com o superendividamento desses consumidores, o BC aumentou o valor mínimo da fatura para 15%; regulamento entra em vigor nesta quarta-feira

Da Redação do pe360graus.com
A partir desta quarta-feira (1º de junho), entram em vigor as novas regras para usar cartão de crédito. De acordo com o Banco Central, o uso do cartão vem crescendo ao longo dos anos, acompanhando o aumento da renda da população. Preocupado com o superendividamento desses consumidores, o BC determina que o valor mínimo da fatura seja de 15%.

Segundo a diretora do Procon-Recife, Cleide Torres, esse valor deverá aumentar em dezembro. “Passa a ser 20% em dezembro. Antes era de 10%. Isso prevendo esse superendividamento das pessoas, evitar que elas sejam surpreendidas com o montante, porque os juros são altos. Você paga o mínimo e o que fica é o valor máximo. Então os juros que incidem sobre esse valor vão acumulando”, explica.

Ela diz que, na fatura, é preciso deixar claro esse aumento do percentual do valor mínimo. “Quando você não consegue pagar a fatura na sua totalidade, ligar para o cartão e fazer uma negociação dessa dívida. Porque as pessoas se acostumam a pagar o mínimo e isso vai virando uma bola de neve”, diz Cleide Torres.

Para orientar sobre o endividamento, o Banco Central elaborou uma cartilha que responde as dúvidas mais frequentes dos consumidores. Confira algumas questões: 

Você sabe o que é um cartão de crédito básico?
É um cartão exclusivo para o pagamento de compras, contas ou serviços. A anuidade deve ser a menor cobrada pela emissora entre todos os cartões por ela oferecidos.

Existe outro tipo de cartão?
Sim. O cartão de crédito além de permitir o pagamento de compras, está associado a programas de benefícios e recompensas, é definido como cartão diferenciado. É opção do cliente a contratação de cartão básico ou diferenciado, observando que os básicos terão sempre as menores tarifas de anuidade.

O que deve constar na fatura?
- Limite de crédito total e individual para cada tipo e operação de crédito;
- Gastos realizados com o cartão, inclusive parcelados;
- Identificação das operações de crédito e os valores;
- Valores dos encargos cobrados;
- Valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte, no caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura;
- Custo total para o próximo período das operações de crédito passíveis de contratação.

Cleide Torres lembra que, a partir de agora, o contrato deve ser entregue no ato ou antes de chegar o cartão de crédito. Outra novidade é a redução do número de tarifas: “Diminuiu para cinco. Enxugaram. Agora para novos contratos, assinados a partir de 1º de junho. Para os contratos antigos, em 2012, é que vão prevalecer as cinco tarifas”, explica.

JUROS
Que os juros são altos, os consumidores sabem bem, principalmente quando sentem no bolso o valor a ser pago na fatura mensal. Mas eles não deixam de usar o cartão de crédito ou de débito. “É prático, é útil”, diz o cliente.

Antônio Carlos de Oliveira é gerente de loja e diz que, agora, ter um cartão de crédito não é tão difícil. “Em todas as classes tem pessoas com cartão. Antigamente aquele que não tinha cartão, hoje pode ter. Talvez com o limite não tão alto, mas possui, tem facilidade”, afirma.

Em uma loja, 95% da vendas são pagas com cartão - e tem sido assim há meses. De acordo com o supervisor, Rui Victor de Araújo, com menos dinheiro circulando em espécie, mais segurança para o lojista e para o cliente que não quer nem ouvir falar em maquininha quebrada ou sistema fora do ar. “A gente tentou diversificar a forma de pagamento do cartão. Agora é tudo numa maquineta só e, se quebrar uma, tem que ter outro terminal que faça o trabalho”, diz.

Mas com tanta facilidade, o perigo é o descuido. “Já fui até para o SPC. Você vai comprando, desmedidamente, vai comprando e termina perdendo o controle”, revela a comerciante Márcia Andrade.

O corretor Rafael da Silva é outro que sabe o trabalho que dá se livrar de uma dívida com cartão de crédito. No caso dele, virou uma bola de neve, como se diz. Foi difícil, mas ele pagou tudo e, agora que vai ser pai, o enxoval vai ser pago à vista. “Eu preferi segurar o dinheiro para o final do ano. A gente compra à vista, porque não faz débitos futuros”, diz.

Mas se não dá para pagar em dinheiro vivo, bom mesmo é seguir o exemplo da contadora Rosa Simões. Ela só tem um cartão e nada de pagamento no valor mínimo: “Os juros do cartão estão muito altos, melhor sempre pagar a fatura total”.

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