quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nervosismo na banca leva Paris, Milão, Frankfurt e Madrid a afundarem mais de 5%


As acções do Velho Continente caíram e levaram as principais bolsas europeias a quedas entre os 3% e 6,5%. O sector da banca teve o pior desempenho desde Março de 2009 num dia em que Sarkozy interrompeu as férias para reunir com o seu executivo e os rumores sobre a situação do país abundaram.
O índice de referência para a Europa, Stoxx 600, declinou 3,75% para 223,50 pontos, com cerca de sete oitavos das acções a perderem território. 

Os sector da banca representado no índice, ao cair 6,7% com os bancos franceses a liderarem as quedas, num dia em que o presidente Nicolas Sarkozy interrompeu as suas férias para reunir com o seu executivo e reiterar o compromisso com as metas do défice. 

A Société Générale sofreu as maiores quedas, ao desvalorizar 14,74% na sessão. O BNP Paribas declinou 9,47% para 35,61 euros. O Crédit Agricole perdeu 11,81% do seu valor de mercado na sessão de hoje. 

França é, dos países da Zona Euro, com “rating” de “AAA” que enfrenta maiores custos no mercado de “credit default swaps” (CDS), o mercado de derivados financeiros que permitem cobrir o risco de incumprimento da dívida. Depois do corte do “rating” norte-americano, os investidores olham para França como sendo o próximo país a sofrer uma redução da qualidade de crédito. 

Na eventualidade de as agência de notação financeira reduzirem o “rating” de França, o sistema bancário do país será o sector mais mais penalizado. Isto porque os bancos terão de registar as imparidades, penalizando os lucros banco e diminuindo a sua solidez. Apesar dos rumores apontarem nesse sentido, as agências de "rating" e o Governo francês apressaram-se a negar que o "rating" do país vá ser cortado.

“A ameaça ao [“rating”] ‘AAA’ de França é preocupante”, disse o analista obrigações do ING Groep, Padhraic Garvey, à Bloomberg. “O nosso modelo de classificação notação da dívida identifica França como um dos emitentes [de obrigações] mais frágeis” entre os países europeus com o “rating” máximo, ou seja, “AAA”.

Os CDS da Société Générale são os mais dispendiosos entre os bancos do país e este foi também o banco mais penalizado entre os membros do Stoxx 600. Os rumores de que o banco iria precisar de ajuda do estado franc es também foi negado.

“A Société Générale emitiu um aviso recentemente, o que o torna mais vulnerável aos rumores de mercado e é por isso que as acções estão hoje a ser penalizadas”, disse o analista do ETX Capital, Marcus Huber, à Bloomberg. No dia 3 de Agosto o banco francês avisou que poderia falhar as metas de 2012 depois de ter sofrido uma quebra de 31% dos lucros na primeira metade do ano. 

Itália liderou as quedas na Europa 

Outros títulos que sofreram quedas acentuadas foram os dos bancos italianos. O Intesa Sanpaolo depreciou 13,72% na sessão de hoje e a UBI Banca recuou 10,17% e levaram o índice bolsista italiano a perder mais 6,65% para 14.676,04 pontos. A bolsa de Milão foi mesmo a que mais declinou na Europa. 

O espanhol IBEX caiu 5,49% para 7.966,00 pontos e o parisiense CAC-40 depreciou 5,45% para 3.002,99 pontos. O alemão DAX desceu 5,13% para 5.613,42 pontos. O britânico Footsie 100 recuou 3,05% para 5.007,16 pontos. 

O Banco Santander perdeu 8,33% para 5,82 euros e o britânico HSBC recuou 5,28% para 516,2 pence. A AXAdeclinou 10,64% para 10,04 euros e a E.ON desvalorizou 10,87% para 14,10 euros. 

A eléctrica alemã apresentou os resultados da primeira metade do anoem que viu os lucros dos primeiros seis meses cair, vendo-se obrigada a reduzir os dividendos e anunciar o despedimento de 11 mil trabalhadores. Os resultados foram penalizados pela decisão de Ângela Merkel de acabar com energia nuclear na Alemanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário