As informações quanto a adesão dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus à greve deflagrada às 0h desta quarta-feira (15) estão bastante desencontradas. Enquanto os usuários dos coletivos penam para conseguir se deslocar na Região Metropolitana do Recife, o Grande Recife Consórcio de Transporte afirma que 80% da frota está nas ruas. Já o sindicato dos trabalhadores dos transportes rodoviários de Pernambuco diz que a paralisação tirou de circulação mais de 70% dos coletivos.
De acordo com o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Manoel Marinho, alguns usuários estão sentindo mais que outros a paralisação, dependendo da localidade. De acordo com ele, o município "Alguns usuários tem sensação maior porque são linhas mais afetadas. São localidades bastante carregadas e, por isso, sentem mais os efeitos da greve", afirmou. Segundo Marinho, as linhas que cobrem o município do Cabo de Santo Agostinho e o bairro de Boa Viagem são algumas das mais afetadas.
"O Cabo, por exemplo, que é operada pela empresa São Judas, foi uma região bastante afetada. Colocamos outras empresas para operar lá, mas estamos com a circulação em torno de 70%. A mesma situação está em Boa Viagem", explicou.
Marinho explicou, ainda, que o Grande Recife Consórcio, enquanto Poder Público, não pode intervir na negociação, ocorrida diretamente entre o sindicato dos trabalhadores e as empresas de ônibus. "O que podemos fazer é tentar minimizar esse transtorno para a população, de tal forma que façamos essa redistribuição entre linhas, peguemos veículos de outra operadora para circular em determinada área etc. Estamos acompanhado toda a ação, o Ministério Público do Trabalho entrou com uma medida cautelar, e acreditamos que em breve teremos uma solução para o impasse", contou.
Durante entrevista concedida à Rádio JC/CBN, o gestor aproveitou ainda para pedir desculpas à população pelo transtorno, reafirmando o compromisso do Consórcio em minimizar a situação ao longo do dia.
Os motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolitana do Recife estão em dissídio coletivo, com data-base para resolução em 1º de julho. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Pernambuco, Patrício Magalhães, amanhã a situação volta ao normal, mas a categoria tentará retomar as negociações com as empresas. Caso não entrem em acordo, haverá uma assembleia para decidir os rumos do movimento. "Se a categoria patronal não fosse tão radical e oferecesse à seus funcionários um percentual compatível com o trabalho, talvez essa greve não tivesse acontecido", declarou.
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