Notícias / Cidades / Acidente
77% de vítimas de acidentes de moto
socorridas no HR não têm habilitação
É o que mostra a pesquisa realizada com 100 pacientes do Hospital da Restauração; ainda de acordo com o estudo, 30% dos motoqueiros afirmaram ter bebido exageradamente antes do acidente
Da Redação do pe360graus.com
Inicialmente, a economia de tempo que uma
motocicleta pode proporcionar a seu
condutor é vista como grande vantagem.
Quando se observa em perspectiva, porém,
a consequência de uma batida ou de uma
queda onde haja envolvimento de um
motoqueiro supera qualquer vantagem
que ele possa ter tido antes.
Essa impressão é comprovada por uma
pesquisa feita dentro do Hospital da
Restauração (HR), unidade de saúde
para onde se recomenda levar todos
os pacientes seriamente feridos em
acidentes. Feito entre os dias 25 de
janeiro e 5 de maio, a pesquisa
ouviu 100 pessoas que sobreviveram
às colisões.
O levantamento revelou que 77%
dos pacientes que estavam dirigindo
não tinham habilitação para pilotar e, entre todos os que dirigiam, só havia uma mulher.
A pesquisa mostrou ainda que 5% dos pacientes pesquisados tiveram amputações, 6%
ficaram paraplégicos e 30% admitiram que tinham bebido. “30% confirmaram que
tinham bebido exageradamente quando estavam andando de moto”, afirma o
diretor médico do HR e coordenador da pesquisa, João Veiga.
Veiga afirma que o número de pacientes vítimas de acidentes de moto no HR só
cresce: triplicou nos últimos dez anos. Com mais motos na rua e pouca prudência
no trânsito, muitas vidas estão comprometidas. “É um tipo de lesão grave em
progressão e que pode ser combatido se houver uma decisão política para isso”,
explica João Veiga.
No sexto andar do prédio do hospital, ficam as enfermarias; as vítimas de moto
ocupam quase 90% dos leitos. Há quatro anos, ocupavam 75%. O agricultor José
Romariz (foto 2) foi um dos cem entrevistados. Ele estava de carona, quebrou o
fêmur e teve mais duas fraturas expostas na perna. Está há quatro meses longe
dos quatro filhos, sem trabalhar e sem saber quando vai receber alta. “O para-
choque da moto é a perna, onde você botar o pé é o seu corpo que está
em jogo”, diz.
Outro agricultor, José Edson de Andrade Lima, 21 anos não tem habilitação
e comprou a moto em 48 prestações. Só chegou a pagar a primeira antes de
se acidentar - teve fraturas no fêmur, no tornozelo, no braço, na mão e
perdeu um dedo. Também agricultor, Adriano dos Santos, de Surubim, no
Agreste, está na mesma enfermaria há um mês e meio. Ele levava o filho
de cinco anos na garupa quando se acidentou e não tem habilitação para
pilotar motos. “Moto? Jamais”, conta.
A professora Ariana Rufino (foto 3) saía do trabalho de mototáxi e teve
fraturas em três lugares na perna. “Eu pensei que, naquele momento da
pancada, eu iria morrer. Eu pedi ao Senhor para não levar a minha vida
por causa das minhas filhas”, relembra.
motocicleta pode proporcionar a seu
condutor é vista como grande vantagem.
Quando se observa em perspectiva, porém,
a consequência de uma batida ou de uma
queda onde haja envolvimento de um
motoqueiro supera qualquer vantagem
que ele possa ter tido antes.
Essa impressão é comprovada por uma
pesquisa feita dentro do Hospital da
Restauração (HR), unidade de saúde
para onde se recomenda levar todos
os pacientes seriamente feridos em
acidentes. Feito entre os dias 25 de
janeiro e 5 de maio, a pesquisa
ouviu 100 pessoas que sobreviveram
às colisões.
O levantamento revelou que 77%
dos pacientes que estavam dirigindo
não tinham habilitação para pilotar e, entre todos os que dirigiam, só havia uma mulher.
A pesquisa mostrou ainda que 5% dos pacientes pesquisados tiveram amputações, 6%
ficaram paraplégicos e 30% admitiram que tinham bebido. “30% confirmaram que
tinham bebido exageradamente quando estavam andando de moto”, afirma o
diretor médico do HR e coordenador da pesquisa, João Veiga.
Veiga afirma que o número de pacientes vítimas de acidentes de moto no HR só
cresce: triplicou nos últimos dez anos. Com mais motos na rua e pouca prudência
no trânsito, muitas vidas estão comprometidas. “É um tipo de lesão grave em
progressão e que pode ser combatido se houver uma decisão política para isso”,
explica João Veiga.
No sexto andar do prédio do hospital, ficam as enfermarias; as vítimas de moto
ocupam quase 90% dos leitos. Há quatro anos, ocupavam 75%. O agricultor José
Romariz (foto 2) foi um dos cem entrevistados. Ele estava de carona, quebrou o
fêmur e teve mais duas fraturas expostas na perna. Está há quatro meses longe
dos quatro filhos, sem trabalhar e sem saber quando vai receber alta. “O para-
choque da moto é a perna, onde você botar o pé é o seu corpo que está
em jogo”, diz.
Outro agricultor, José Edson de Andrade Lima, 21 anos não tem habilitação
e comprou a moto em 48 prestações. Só chegou a pagar a primeira antes de
se acidentar - teve fraturas no fêmur, no tornozelo, no braço, na mão e
perdeu um dedo. Também agricultor, Adriano dos Santos, de Surubim, no
Agreste, está na mesma enfermaria há um mês e meio. Ele levava o filho
de cinco anos na garupa quando se acidentou e não tem habilitação para
pilotar motos. “Moto? Jamais”, conta.
A professora Ariana Rufino (foto 3) saía do trabalho de mototáxi e teve
fraturas em três lugares na perna. “Eu pensei que, naquele momento da
pancada, eu iria morrer. Eu pedi ao Senhor para não levar a minha vida
por causa das minhas filhas”, relembra.
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