domingo, 15 de maio de 2011


MARQUISES

Marquises representam perigo

Chuvas fortes que caíram no Recife expõem risco de quedas de marquises e fachadas de prédios sem manutenção

Do JC Online

A chuva pesada dos últimos dias não deixa em alerta só moradores de morro, beira de canal e margem de rio no Recife. Preocupa também vizinhos de prédios abandonados, com fachadas sem conservação, paredes quebradas e marquises cheias de ferragens expostas. O mau tempo acelera mais ainda a deterioração dos imóveis e o risco de acidentes.

Em abril, quando foi registrado o dobro do que costuma chover no mês, o primeiro andar de um imóvel sem uso caiu na calçada da Avenida Domingos Ferreira, no Pina, bairro da Zona Sul. Na Rua da Glória, área histórica da Boa Vista, no Centro, o piso e parte do teto de um casarão antigo desabaram, deixando edificações próximas interditadas.

“Manter o imóvel privado em bom estado de conservação é responsabilidade do proprietário. Mas a prefeitura podia cobrar das pessoas e obrigá-las a fazer as obras necessárias”, diz Ricardo Bandeira, morador da Domingos Ferreira. A casa dele fica perto do primeiro andar que desmoronou no Pina.
De acordo Ana Lúcia Lapa, moradora da região, a construção do Pina (ao lado do número 288) tem mais de 30 anos e está sem uso há décadas. Toda a metralha resultante do desabamento encontra-se amontoada junto do imóvel. Há tijolos, restos de reboco, cacos de espelho, lata enferrujada, tocos e galhos de árvore. A marquise exibe as peças de sustentação enferrujadas.

Terça-feira passada, o técnico em refrigeração Walter Cândido tropeçou numa das pedras soltas. “A prefeitura devia aplicar uma multa pesada no proprietário, assim ele tomava providências. Como se permite uma coisa dessa na cidade?”, questiona Walter Cândido. Ele passa no local todo dia.

Na esquina da Domingos Ferreira com a Rua Tomé Gibson, uma edificação com ar de abandonada é outra ameaça aos pedestres. A marquise está repleta de goteiras, com o reboco desprendendo e ferragem exposta. “Estou esperando passar a chuva para consertar e pintar as paredes, vou começar a obra em setembro”, informa o proprietário, Delecarlindo Souza de Oliveira.

Ele disse que não cuida do imóvel há seis anos, por falta de interesse. Apesar das portas fechadas, o imóvel tem uso, segundo ele. “É o escritório da empresa, vendo carros usados.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário