quinta-feira, 26 de maio de 2011


Delma Freire afirma que não lembra de confissão

Acusada de planejar a morte de Jennifer Kloker, diz que estava sob efeitos de medicamentos e pressionada pela filha

Da Redação do pe360graus.com
Foto: Reprodução/TV Globo

Reprodução/TV Globo
Um dia após ter confessado pela primeira vez a participação na morte da alemã Jennifer Kloker, Delma Freire voltou atrás e disse que não se lembra do que falou. A afirmação é do advogado de defesa José Carlos Penha (foto 2), que esteve com a cliente está manhã. De acordo com ele, Delma estava sob efeito de medicamento e pressionada pela filha Roberta Freire.

“Ela tinha tomado um remédio, um tranqüilizante, ao chegar no presídio tinha tomado outro. Ela estava sob efeito desse remédio e disse que se falou alguma coisa foi com raiva e pressionada pela Roberta. Ela (Roberta) odeia a mãe e pediu o tempo todo que a mãe confessasse porque se ela não confessasse iria parar de enviar o dinheiro da pensão na Itália. Isso é coação. Roberta gritou com ela, chamou ela de louca e mandou confessar. Em Italiano, ela disse que se não houvesse a confissão não iria mais mandar o dinheiro. Roberta é procuradora dela apenas na Itália”, explicou.

José Carlos Penha disse ainda que vai continuar no caso e que sua cliente vai conceder, na sexta-feira, uma entrevista coletiva para esclarecer tudo. “Eu estava propenso a sair do caso, mas hoje ela me pediu desculpa e se retratou. Ela pediu desculpa ainda para toda a imprensa e para o público em geral por ter falado uma coisa que não é verdade. Então, até achar que é viável eu continuou no caso. Não sou obrigado a seguir”, destacou.

O advogado disse também que iria entrar com um pedido para proibir a entrada de Roberta Freire no presídio e que na próxima sexta-feira a própria Delam vai explicar tudo numa entrevista coletiva. “entrei em contato com a Secretaria de Ressocialização e me disseram que não haveria problema. Basta Delma querer. Vou agendar e amanhã (quinta-feira) estarei sabendo o horário. Nada mais justo do que ela mesma explicar tudo e acabar com isso de que eu estou orientando a minha cliente. Isso ai é invencionice e não passou pela cabeça orientá-la para que ela seja inimputável e os outros dois ficariam livres com a indenização. Eu não iria cometer uma leviandade dessas. Isso seria uma brincadeira. Eu não brinco com a saúde. O que eu espero é por um julgamento justo e que determine se eles são realmente culpados ou inocentes”, finalizou. 

A confissão feita por Delma Freire foi publicado nesta quarta-feira pelo jornal Folha de Pernambuco. Na entrevista, ela disse que planejou o assassinato com a ajuda do irmão, Dinarte Medeiros. Com esse depoimento, o Ministério Público decidiu entrar com um novo pedido pela prisão preventiva de Dinarte, único dos cinco acusados que não está preso.

Além de confirmar a participação do irmão, a acusada falou, também, que Pablo (foto 2) e Ferdinando Tonelli (foto 3), respectivamente filho e companheiro dela, não sabiam de nada. “O que aconteceu é que eu realmente sou a mandante. Apesar de dizerem que eu sou a cabeça de tudo, essa minha cabeça não pensou sozinha. Foi decidido entre eu e meu irmão por parte de pai, Dinarte Dantas. Pablo e Ferdinando não sabiam de nada. Eles vieram saber que Jennifer morreu lá no DHPP”, disse, na entrevista.

Delma disse que matou Jennifer porque o filho brigava muito com a jovem e porque havia a possibilidade da nora levar o neto para a Alemanha. “Eu vi todo o sofrimento do meu filho e depois tomei as dores para mim. Surgiu o comentário que ela sempre teve vontade de levar o filho para a Alemanha, porque você sabe que na Alemanha é outra lei. A gente já ia perder a guarda da criança se ela levasse para lá”, contou.

Ela ainda comentou que tem depressão e isso não significa que tem problemas de sanidade mental. “Tanto faz você está bem como ter uma crise de depressão, mas isso não quer dizer que eu sou realmente uma louca, porque quem não tem depressão hoje em dia?”, disse.

O promotor André Rabelo (foto 4) acredita que a confissão de Delma é uma jogada para livrar Pablo e Ferdinando. Com isso, eles poderiam receber o dinheiro do seguro de vida de Jennifer. A investigação da polícia apontou que esse seria o motivo do crime. 

"Eles fizeram o seguro em março de 2009 e, em caso de assassinato de Jennifer, o Ferdinando receberia o valor. No meu enternder esta declaração de Delma é uma estratégia dela. O pedido de prisão do irmão de Delma será feito imediatamente, inclusive. Ele deve estar agora mais preocupado", afirma Rabelo.

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